O teu olhar
Porque a tua voz não olha para mim. Porque mesmo que me tivesses dito “ainda aqui estou sabes?”, eu não teria acreditado. E neles acreditei. Nos teus olhos presos nos meus. Nos meus que fugiam dos teus, que se desviavam, que se esforçavam por te mentir. Menti-te? Ainda aqui estou, sabes? Foi o que eles me disseram num silêncio muito mais alto do que a tua voz alguma vez me poderia ter gritado. E eu acreditei. Acreditei nesses olhos que me continuavam a dizer o mesmo de sempre, que me continuavam a olhar como mais nenhuns outros, a despirem-me devagar dos medos, dos receios, das inseguranças. A aproximarem-me das certezas absolutas que sempre tive. A mostrarem-me que também eu ainda aqui estou.
2 comentários:
Há pessoas para as quais nós estamos SEMPRE aqui... mesmo quando dizemos não estar, mesmo quando queremos não estar, mesmo quando achamos que não estamos...
Como te entendo... eu também ainda estou aqui... e estarei. Gosto muito do que escreves.
Isabel
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