segunda-feira, dezembro 04, 2006

inimaginável - parte VII

Tu. Tu ouvias o meu olhar. Nos tempos em que bastava isso para saberes o que queria. Para fazeres o que queria. Sem que eu tivesse que te dizer nada. Nos tempos em que me seguias sem hesitar. Sem parares e me obrigares a virar-me. Sem me fazeres voltar para trás. Já não sei nada de ti, nem da tua vida – banal ou nem por isso – nem até onde estarias disposto ainda a ir. Mas sabes que eu quero sempre ir para lá do que é possível, do que é permitido, do que é real. Ou contos de fada ou histórias com finais trágicos. Não há meio termo. Quero sempre tudo levado ao limite. Perder-me e não conseguir encontrar-me. Obrigar-te a entregares-te de olhos fechados, sem saberes quais os caminhos pelos quais nos quero conduzir. Sem saberes o destino nem o fim que tenho planeado para ti.

Por isso pensa bem agora que te estendo a mão mas continuo em silêncio. Até onde estás disposto a ir?

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