Inverno
«Depois de ter cortado todos os braços que se estendiam para mim;
Depois de ter entaipado todas as janelas e todas as portas;
Depois de ter inundado os fossos com água envenenada;
Depois de ter edificado minha casa no rochedo dum NÃO inacessível aos afagos e ao medo;
Depois de ter cortado a língua e logo a devorar;
Depois de ter lançado punhados de silêncio e monossílabos de desprezo a meus amores;
Depois de ter esquecido meu nome e o nome de minha terra natal;
Depois de me ter julgado e condenado a perpétua espera e a solidão perpétua,
Ouvi contra as pedras de meu calabouço de silogismos a investida húmida,terna, insistente, da Primavera»
Octávio Paz
6 comentários:
como há um ano atrás.
os ecoS da
primavera
súbitoS
inadiáveiS
ur-gen-teS-------------------------
i-r
há sempre a linha imaginária da tempestade.
B.
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a primavera que, como um deus qualquer, nos obriga a viver...
Impossível fugir dela. *
mas não...podes fugir!
fugiste...? ~
sim..onde andas?
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